segunda-feira, 18 de abril de 2011

Harmonização Encantadora


La Trappe Tripel com Papillote de Frango e Aspargos ao Molho de Mostarda
Hoje passarei aqui uma harmonização muito legal, principalmente pelo aspecto visual. Uma cerveja da escola belga, servida em um autêntico cálice trapista é algo lindíssimo de se presenciar, assim como o efeito que causa o método de cozimento por vapor chamado papillote quando aberto na mesa, diante dos comensais. Não se assuste. O papillote não é nada complicado, na realidade é bem fácil e prático, e também muito saboroso e único.

Comecemos pela cerveja, a La Trappe é uma das sete abadias trapistas existentes no mundo, a única holandesa, sendo que as outras seis são belgas. O meu amigo e confrade André Andrade Silva, autor do blog Travel and Beer, elaorou um post muito bem feito e ilustrado sobre as cervejas trapistas, podem conferir no link a seguir: http://www.travelandbeer.com/cervejas-trapistas-introducao . Somente as cervejas fabricadas em qualquer dessas sete abadias, pode receber a nomenclatura trapista, existe inclusive um órgão que define isso e protege o nome do uso por outras marcas. Trapista não é um estilo de cerveja, portanto não confunda. O estilo aqui em questão é o Tripel(18C), caráter intenso, complexo, com aroma adocicado e cítrico, o sabor é bem pronunciado, também doce e temperado, com final ácido, conta com 8%Abv. Ela é perfeita pra este prato. Falemos dele agora.

Papillote depois de aberto.

O Papillote em si é um método de cozimento por vapor, o nome significa “no papel”. Os itens são cozidos no vapor proveniente de seus próprios sucos, resultando em um alimento muito aromático. O frango é uma carne leve, sem muito sabor, por isso o tempero é essencial aqui. O paladar predominante do prato é o salgado da mostarda, mas temos também dulçor do aspargo e das cenouras, e a acidez/frutado do limão e do vinho. Uma refeição simples, mas com muitos sabores e texturas.

A harmonização se dá principalmente por contraste, doce da cerveja com o salgado da preparação, mas também temos semelhanças, encontradas na acidez/cítrico e no frutado de ambos. Muito cuidado, pois se a carne não ficar com o tempero acentuado, a cerveja irá sobressair no conjunto.
Papillote – Ingredientes:
·         1 Folha de Papel Alumínio com 1,5 metros de comprimento.
Preparo: Dobre o papel ao meio, fixe bem a dobradura, dobre de novo, sempre fixando bem. Dobre por duas vezes cada lateral também. O resultado será uma espécie de envelope.
Frango e Aspargos ao Molho de Mostarda – Ingredientes para duas porções:
·         2 Filés de peito de frango, sem pele e sem osso.
·         6 Aspargos fescos
·         1 cenoura cortada em Bastonettes (tiras de 3mmx3mm)
·         1 e ½ c de sopa de manteiga
·         2 c de sopa de mostarda dijon
·         30ml de vinho branco seco
·         Raspas e suco de meio limão
·         ½ c sopa de manjerona
·         Pimenta do reino moída na hora
Preparo:
Misture a mostarda, o vinho, as raspas e o suco do limão, a pimenta e a manjerona em uma travessa. Faça corte diagonais bem suaves nos filés e deite-os na travessa, e deixe-os imerso no molho por duas horas na geladeira. Retire. Doure os filés na manteiga, coisa rápida, apenas como um pré-cozimento. Corte os filés na diagonal em tamanhos grandes. Coloque no papillote uma parte de cenouras, parte do filé e parte dos aspargos, e novamente, como se fossem duas camadas. Feche o papillote, dobrando com força. Asse por cerca de doze minutos em forno pré-aquecido a 200º.
O difícil neste método de cozimento é achar o ponto, por isso à experiência conta muito. Não fique chateado se errar na primeira, encoraje-se e faça de novo. O papillote irá inchar dentro do forno, graças ao vapor.
Deixe a mesa toda posta, apenas aguardando o prato principal. Abra o papillote na frente de todos. A surpresa é sempre agradável, o vapor é muito aromático e agradável. Sirva guarnecido de arroz branco se quiser.
Uma refeição especial, que dá muita tranqüilidade, tem quase o efeito de se tomar um excelente chá, reconfortante e inspirador.
Gostaria de agradecer ao grande confrade Rafael Pieraço, por ter me dado a opurtunidade de ter esta La Trappe três anos envelhecida!
Proost!

Hoje não teremos uma frase, mas sim uma LEI. A décima terceira lei da cidade de Augsburg na Alemanha diz o seguinte:
“Vender uma cerveja ruim é um crime contra o amor cristão.”
E na Alemanha amigo confrade, lei escrita, é lei cumprida!

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