sexta-feira, 15 de abril de 2011

Restaurante e Cachaçaria Mocotó: Dia da cachaça.

Desde que visitei o Mocotó pela primeira vez, fiquei fascinado pelo lugar, e embora a viagem seja longa já retornei ao lugar mais duas vezes e coloco nos meus planos voltar lá uma vez a cada dois meses. Podem me achar um tolo, mas só digo uma coisa, vá e confira. Uma curiosidade, esta última vez, quando eu estava indo embora, adentrava o local ninguém menos que o Chef Francês Claude Troisgros. É mole?
Dessa vez fomos já com o objetivo traçado, realizar a degustação de cachaça promovida pelo sommelier Leandro Batista. Quando o conheci, ele me surpreendeu com a paixão e facilidade que discorre sobre o assunto, mostrando muito conhecimento e domínio sobre o tema. Então, liguei antes e marquei a degustação. Ela ocorre na mesa, durante o seu jantar, muito casual e bem bacana. O Leandro explica tudo de forma simples e de fácil entendimento, e vai exemplificando com as cachaças, elas obedecem a certa ordem, primeiro as brancas, depois as envelhecidas e assim vai indo, entre as cachaças, ele dispõe uma porçãozinha de caju, para limpar o paladar. A degustação vale muito a pena, é muito agradável e instrutiva, maravilhosa. Ao todo foram 14 cachaças degustadas, sendo elas:

·         João Mendes – Branca, armazenada em Inox, de Minas Gerais.
·         Fogo de Minas – Branca, 1 ano em Jequitibá, de Minas Gerais.
·         Serra Limpa – Branca, 6 meses em Freijó, da Paraíba.
·         Terra Dourada – Branca de Santa Catarina.
·         Mato Dentro – Branca, 2 anos em amendoim, de São Paulo.
·         Caetano´s – Ouro, 2 anos armazenada em umburana, de Minas Gerais.
·         Porto Estrela – Ouro, 2 anos envelhecida em umburana, de Minas Gerais.
·         Weber Haus – Ouro, 2 anos envelhecida em Umburana, do Rio Grande do Sul.
·         Anísio Santiago – Ouro, 8 anos envelhecida em Bálsamo, de Minas Gerais.
·         Geraldo Forbes – Ouro, armazenada em Bálsamo, de Minas Gerais.
·         Germana Heritage – Ouro, armazenada por 8 anos em carvalho e 2 anos em bálsamo, de Minas Gerais.
·         Vale Verde – Ouro, envelhecida 12 anos em carvalho de whisky, de Minas Gerais.
·         Jacubá – Ouro, envelhecida em carvalho de rum, de Minas Gerais.
·         Dom Braga – Ouro, envelhecida 3 anos em carvalho de cognac, do Rio Grande do Sul.
Após o término da degustação e da refeição, o Leandro ainda nos trouxe um licor da casa que eles chamam de Francesinha, extremamente adocicado, perfeito para encerrar com chave de ouro!
Vamos ao rango:

Para entrada pedimos a famosa Mocofava, que combina caldo de mocotó com favas, o sabor é sensacional, adocicado, salgado, muito bem temperado.
O baião de dois, tamanho grande serve bem cinco pessoas, é delicioso, muito macio e bem temperado, com sabor salgado, o purê acompanha, muito cremoso e encorpado.
A carne-de-sol é carro chefe, tenra, suculenta e macia, o alho dá um show a parte, você esfrega ele na carne, fica sensacional, a pimenta biquinho faz o corte com sua acidez e o chips de mandioca acompanha.
Mas isso tudo, eu já conhecia de outros carnavais, os três pratos seguinte, realmente roubaram a cena ontem, são espetaculares, daqueles que você sabe que irá voltar só para encontrá-los novamente.
O bolinho de abóbora com carne seca e requeijão do norte é um absurdo de bom. Extremamente seco, combina o doce e o salgado, o crocante e o cremoso. Salivo só de lembrar. Só é servido as quartas feiras, segundo o Leandro, isto é uma tática do chef Rodrigo Oliveira para chamar clientes de dias de semana. Assim senso, ele colocou um petisco especial para cada dia, terça é bolinho de arroz, quinta um bolinho de lingüiça e sexta pastelzinho.

Agora, as sobremesas.
Meu irmão pediu o Creme Bruleé. Casquinha crocante, seguida de um doce de leite pra lá de suave, que derrete. Úmido e viciante, sensacional, nada enjoativo.

Mas a estrela pra mim é o Pudim de Tapioca com Leite de Coco. Pudim cremoso preparado com tapioca, leite de coco e leite condensado, servido com calda de coco queimado. A textura desse pudim é inexplicável, o sabor, nem se fala, é de virar os olhos. Você literalmente rapa o pratinho, tomando até a última gota da calda. É o melhor pudim que já comi na vida e uma das melhores sobremesas.
Agora, parem de ler isso e visitem o Mocotó. Mas Cuidado! É viciante.
Queria agradecer muito ao Leandro Batista pela excelente noite, pela disposição em nos atender tão bem e quebrar um galhaço para nós.
Escrever esse post quase me fez chorar.
Óxente!
http://www.mocoto.com.br/

Depois de tudo só um cajuzinho pra refrescar!

A frase hoje é de autoria de um grande freqüentador de botecos:
“O whisky e a cerveja são os piores inimigos do homem, mas o homem que foge dos seus inimigos é um covarde.” – Zeca Pagodinho

7 comentários:

  1. Que legal a degustação de cachaças, João! Mas e o preço, quanto morre na brincadeira? E esse pudim, hein? Fiquei com água na boca!!

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  2. Fala Milu!

    Então, para nós ele cobrou 50 reais na degustação. Esse pudim é maravilhoso, simplesmente não dá pra descrever!

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  3. Fantástico João, impagável.

    O mocotó está na minha lista de lugares em sampa, mas tenho certeza que não há mastercard no mundo que pague por algo assim.

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  4. Já nome do bote diz tudo "Cachaçaria Mocotó" os pratos são de matar qualquer cabra macho assim você me mata, porque que sair de São Paulo, mas não tem nada não, eu chegando ai vou neste bote quero comer tudo que tem ai com direito a cachaça obvio!!!

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  5. Leo e Osmar, o Mocotó deveria ser parada turística obrigatória de São Paulo!

    abraços

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  6. Caramba, só R$50 com degustação de Anísio santiago? Barato, hein! Acho que esse preço ele fez pra vc, deve ser mais caro pros meros mortais! hehe

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  7. Milu, eu sou um mero mortal. uahauhauhauha. Sinceramente, eu achei muito barato também, mas lemre-se que dividimos todas as doses em dois. Saiu 25 por pessoa. O lance dessa degustação é que não está no cardápio, você tem que marcar com ele antes, ligando lá. O preço é meio que acertado na hora, dependendo de quantas e quais cachaças forem degustadas.

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