domingo, 10 de julho de 2011

Costelaria Berlim


Como o próprio nome já diz, esta casa especializada em costelas fica em Santo André pertinho de onde moro.  A ambiente é bem barulhento, tem “música” ao vivo, o que não me atrai. Não é um lugar muito próprio para conversar. A primeira vista, fechei a cara. Fomos numa sexta à noite e estava muito cheio, logo descobriria o porquê. O atendimento foi muito bom e prestativo, e demos a sorte de pegar o melhor lugar da casa, bem afastado do barulho e num lugar mais reservado e iluminado.
Sou fã assumido de costela bovina, quem me conhece sabe a obsessão compulsiva que eu tenho por este corte. É conhecido no sul como rainha do churrasco, não preciso dizer mais nada né? Acertar o ponto de uma costela é extremamente complicado e exige-se muita paciência dos cozinheiro e dos comensais, pois cada corte é diferente do outro, logo não existe um padrão. Entretanto, de um tempo para cá, virou moda a tal da costela servida no réchaud (muito provavelmente por facilitar o cozimento) com mandioca cozida ou frita, acompanhada de vinagrete, pão, farofa e outros acepipes que as casas elaboram por aí. Não que eu não goste, mas geralmente ela vem desfiada, e em minha opinião perde-se muito a complexidade da costela com esse “corte”. Eu acho que o naco de costela ideal tem que ter carne e gordura na mesma mordida, coisa que fica difícil achar com ela desfiada. A costela é corte com a maior variedade de aromas, texturas e sabores dentro de uma mesma peça.
Então pra que estragar isso?
Aí sim, fomos surpreendidos novamente.
A Berlim, conta com quatro opções de costela no réchaud, com acompanhamentos diferentes. Uma dela é a Mix de Costelas, onde temos ripa de bovina e suína e a bovina desfiada, acompanhada de cebolas ao shoyu. Pedimos ela, mas retiramos a suína e adicionamos mais ripas de bovina. Foi bem legal, muito saboroso e suculento, e comprovou o que eu pensava empiricamente, não há comparação entre ela desfiada e um pedaço com a carne, a gordura e os ossos visíveis. Os acompanhamentos foram um vinagrete redondo, parecido com aqueles de pastel de feira,  uma maionese puxada no alho muito bem feita e uma farofa bem mais ou menos. Além dos insubstituíveis pãezinhos.

Perfeito. Mas faltava a bebida. Um bom lugar para mim tem que agradar tanto na parte sólida quanto líquida. A casa oferece boas opções de cervejas de trigo, mas que não me apeteceram no momento. As dicas de harmonização do cardápio são horríveis, não as siga. As cervejas nacionais estavam bem caras em minha opinião. Minha surpresa (e alegria) veio ao olhar a carta de cachaças. Doses baratas de seleta, lua nova e eis que me deparo com um achado: A Salineira, também conhecida como Havaninha. Cachaça essa, que o Leandro Batista, Cachaça/Beer sommelier do Mocotó havia me indicado para comprar na mesma semana quando liguei pra ele pedindo dicas de presente, mas que eu não encontrei. Eu e meu pai pedimos logo a garrafa, por míseros 29 reais. A garrafa estava até empoeirada, era de 2007, ninguém devia conhecer aquela “iguaria”. A Cachaça é maravilhosa, com muito corpo, envelhecida em Bálsamo, meio esverdeada, sente-se a cana. Um achado mesmo.

Um achado!
O motivo de tanta gente, é que a casa oferece a opção de pagar um preço no jantar e comer costela desfiada com mandioca a vontade. Como brasileiro ainda vai muito na quantidade, é convidativo.
Com certeza voltarei. Torna-se uma excelente opção aqui na escassa Santo André.
Saúde!

“Eu não posso oferecer nada mais que sangue, labuta, suor e cerveja.” – Winston Churchill

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