quarta-feira, 4 de abril de 2012

Harmonizações Nacionais


Harmonizações Nacionais

Wals Pilsen com Cuscuz Paulista

Páscoa chegando e todo mundo está recomendando cerveja e chocolate (harmonização que sou fanático) mas não vou entrar no embalo, pois outra data importante está chegando, a sexta-feira santa. Vou aproveitar o gancho da Wäls ser eleita a melhor cervejaria do ano no South Beer Cup, a Wäls Pilsen digna da  medalha de ouro merece um prato a altura. E nada melhor que o saboroso clássico Cuscuz Paulista, perfeito para um dia sem carne.

Ouro no South Beer Cup
Cervejaria Wals tem meu respeito. Comandada pelo Zé Felipe, jovem Mestre Cervejeiro, mostra sensibilidade pelo bem estar dos consumidores que é de se tirar o chapéu, e difícil de se encontrar em empresas em qualquer ramo. Talvez seja pelo fato de ser uma empresa familiar, onde todos trabalham juntos.

A Wals Pilsen, é uma verdadeira Pilsner com lúpulos aromáticos e um afiado amargor, sabor maltado e final seco. Lembram-se do post sobre o assunto (VERDADEIRA PILSNER)? A da Wals para mim é a melhor Pilsner produzida no Brasil.

Essa intensidade maior de sabores e o afiado amargor aumentam o leque de opções da cerveja quando o assunto é harmonização. Ela consegue suportar pratos mais fortes e levemente mais condimentados, caso do Cuscuz Paulista.

A receita passada aqui é de autoria da minha Avó Alice, sucesso absoluto na família. Trata-se de uma das inúmeras variações que esse prato recebeu, a questão é que o método de preparo tradicional do Cuzcuz é bem demorado, logo, ele foi simplificado, dispensando-se até mesmo a cuscuzeira onde era feito. Garanto que o sabor continua delicioso como se tivesse dado o maior trabalho exigido pelo tradicional.

O cuscuz é descendente dos Índios de onde herdou a farinha de milho e dos bandeirantes com seu primitivo farnel. Nada representa mais São Paulo do que o cuscuz paulista. Rústico, delicioso com caráter de nobreza e bem velho, quase quinhentos anos. Sua origem está na carne de caça refogada (macaco, mutum, jacu, paca, porco) pilada e cozida. Adicionava-se farinha e colocava-se dentro de um saco úmido. O índio o levava nas costas durante a caminhada onde a farinha absorvia o sabor do cozido. Na hora de comer, o índio abria uma folha de ubá-uba e fazia bolinhos com a farinha, agora úmida. Assim surgiu o cuscuz!


Cuscuz Paulista:

•    Óleo vegetal para refogar
•    2 cebolas cortadas em cubinhos
•    2 Pimentões amarelos em cubinhos
•    1 colher sopa de extrato de tomate
•    Pimentas dedo-de-moça picadas bem finas (retirar as sementes se desejar)
•    5 azeitonas verdes picadinhas
•    ¾ de uma lata de ervilhas
•    500 ml de caldo de galinha
•    2 latas de atum com o óleo
•    Farinha de milho q.b
•    1 lata de palmitos cortado em rodelas
•    Salsa e cebolinha picadinha
•    Sal e pimenta a gosto

Para decorar:

•    ¼ lata de ervilhas
•    2 tomates em rodelas (as extremidades podem entrar no refogado)
•    4 ovos cozidos em rodelas (as extremidades podem entrar no refogado)
•    1 lata de sardinhas em rodelas (sem as espinhas)
•    1 pimentão vermelho em tiras finas

Colocar o óleo em uma panela grande, seja generoso. Iniciar com as cebolas, deixar ficar transparente, adicionar os pimentões amarelos e as extremidades do tomate e esperar amolecer. Seguir com o extrato de tomate, pimentas dedo-de-moça, azeitonas. (se os palmitos estiverem meio duros, adicionar agora) Adicionar o caldo de galinha e as latas de atum com o óleo. Agora é o ponto crítico da receita, colocar a farinha de milho até obter uma espécie de farofa pegajosa, uma massa mesmo.  Cozinhar por 5 minutos, acertar sal e pimenta e retirar do fogo. Adicione os palmitos, ¾ da lata de ervilhas e o cheiro verde. Misturar.
Passar azeite ou óleo em uma forma com furo no meio. Na parte de baixo da forma, intercalar rodelas de tomate, ovos e ervilhas. Colocar cuscuz e apertar bem com as costas de uma colher. Nas laterais, intercalar as sardinhas, pimentão vermelho, tomates e ovos. Preencher bem todos os espaços com a massa. Até terminar a forma. Depois de feito deixar descansar um pouco. Desenformar e servir!

O barato dessa receita é que ela pode ser feita com antecedência, pois pode ser servida fria ou quente. É muito comum decorar com camarões grandes também. Pode ser entrada ou prato principal, é muito saboroso.

Uma Verdadeira Pilsner é perfeita para acompanhar esse prato, pois a intensidade de sabores dos dois no paladar se equivalem. Assim, um não se sobrepõe ao outro e o amargor e carbonatação da cerveja sempre deixa tudo novo. Além disso, peixes gordos como o atum e a sardinha são perfeitos para esse tipo de cerveja. Elas também trabalham muito bem com as pimentas.

Parabéns a Wäls pelas conquistas na South Beer Cup!



Saúde confrades!

2 comentários:

  1. Cara, delícia esse prato! Estava passando por aqui e por acaso tomei (pela primeira vez) a Pilsen da Wäls ontem. Concordo: é a melhor pilsen brasileira. Gde abç João.
    Oliver.
    www.debruer.com.br

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  2. Salve confrade João.
    Eu já sou fã da Wäls Pilsen há algum tempo.
    Só que com esse Cuscuz ela parece ainda melhor.
    Um grande abraço.
    Monich

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