quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Bar do Freguês


Um achado cervejeiro no ABC! 

Quase um brewpub (pub que fábrica e vende sua própria cerveja), o Bar do Freguês fica em São Bernardo do Campo na Avenida Francisco Prestes Maia. 

Em uma sexta-feira fria, tomei coragem e fui finalmente conhecer o bar onde o seu proprietário Marcos, entusiasta da cerveja como eu, fábrica, engarrafa e vende suas cervejas.

A casa conta ainda com extenso rótulo de boas cervejas nacionais e importadas por preço justo. Tem quase todos os chopes da Bamberg de Votorantim. O Pilsen de 300 ml sai a 5,90. 



Mas estava lá para tomar as cervejas da casa. Porém estava frio. Muito frio. Precisava “ralar o peito” primeiro e para isso apelei pra velha Seleta, que como sempre, cumpriu bem o seu papel.
Então chamamos a primeira das crias, uma autêntica Dubbel. Marcos disse que brassava estilos diversos, todos ALE, mas que no momento só contava com a Dubbel e a Nefasta, uma Belgian Golden Strong Ale. Estava para sair uma Barley Wine. Essa eu fiquei louco para experimentar. Ele nomeia as cervejas de Freguesia, qual minha surpresa quando encontrei na Quinta do Portuga, em Santo André a Freguesia Stout.

A Dubbel contém 7,5%ABV, quase o limite do estilo e é realmente bem forte e com bom corpo. Percebi logo tratar de um produto fresco. O caráter frutado predominava no conjunto todo. Estava bela, mas acredito que com pouco menos intensidade adocicada seria melhor.
Para petiscar com a cerveja, pedimos uma porção mista de bolinho de bacalhau e bolinhos de carne-seca. Os dois petiscos estavam legais, bem feitinhos, mas não agradaram muito ao meu paladar e na realidade eu estava apreciando mesmo a cerveja.

 No “intervalo”, chamamos uma da verde, ela veio com um “rótulo” diferenciado, achei engraçado. A questão é que meu parceiraço não agüenta ficar muito tempo sem o sabor da Heineken. Então fiz um esforço para acompanhá-lo.

Pedimos uma porção de picadinho de alcatra com cubos de gorgonzola e tomate seco. E chamamos a Freguesia Nefasta, a golden strong ale de 9%ABV. 




A donzela é belíssima, produziu um creme lindo, bem consistente e que persistiu muito bem. O sabor é forte e intenso, doce, frutado e condimentado. Equilibrada e com aquela sensação de álcool deliciosa na garganta. Muito macia, leve e sempre efervescente. Maravilha mesmo. A melhor das Freguesia.
Na porção os caras realmente vacilaram. Num frio daqueles, era inaceitável apenas uma coisa. O prato quente vir frio. E foi o que aconteceu, tivemos que mandar voltar. Ela veio acompanhada de maionese caseira, farofa, pães e vinagretes. Essas “iscas” de carne não têm como errar. Se estiver bem temperada e for uma carne de qualidade é meio caminho andado, com gorgonzola e tomate seco então, nem se fala.

Vale à pena conhecer o Bar do Freguês se você for amante de cerveja. Marcos fala sobre o assunto com paixão e não tem o menor problema em ficar na sua mesa conversando sobre a mais querida com os clientes. Infelizmente quem não está muito por dentro da situação pode achar os preços que ele cobra pelas Freguesias um pouco elevado.  Acho que isso é explicado pela baixa produção, pela escolha do estilo e principalmente pela dificuldade que é para se conseguir comercializar algo caseiro nesse país. 

Mas a sensação poder colaborar e encorajar um homebrewer  a continuar produindo não tem preço!

Ah, quase esqueço o alerta. As cervejas do Marco não constam no cardápio, se quiser experimentar é só pedir ao garçom.



Saúde!

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