segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Destaques Paneleiros 2011


A seguir as melhores harmonizações que aguçaram o meu paladar nesse ano!




Um espetáculo ocorre ao combinar Cerveja Bock e Carne de Porco, parece que nasceram um para o outro.





Essa harmonização imprime uma game de sabores imensa no paladar, e todos eles interagem muito bem, equilibrando e realçando todos os momentos.





Os sabores de malte destacam-se aqui e sentimos uma força imensa de notas tostadas, adocicadas e caramelizadas quando essas iguarias se unem a mesa!





Harmonização da região Britanica. A receita vem da Inglaterra e a cerveja da Escócia. Essa Pilsner é algo único e seu poder de corte ajuda muito a limpar a gordura da fritura, o lúpulo também dá toques herbais-florais que embelezam muito a refeição.





A cerveja é muito superior ao vinho quando o assunto é sobremesas e essa harmonização é a prova disso. Os sabores doces e frutados dançam valsa no seu paladar ao se combinarem.


Menções Honrosas:

Lagunitas Imperial Stout com Chocolate Amargo



“If you get only one thing from this book, make this point the keeper - stouts are an absolutely perfect match for chocolate” – Garrett Oliver


Flying Dog Horn Dog com Queijo Gorgonzola



Cerveja e Queijo é legal. Barley WIne e Queijos Azuis é legal demais!






IPA e comida apimentada, seja mexicana, indiana, baiana ou tailandesa vai muito bem. Pode Confiar!





A essência dessa harmonização está na simplicidade. Um steak grelhado e uma excelente cerveja.

Boa virada de ano confrades!

Saúde!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Destaques Cervejeiros de 2011


Penúltimo post do ano. Resolvi destacar as melhores cervejas que degustei em 2011. Nada de “tops da vida” ou listas, trata-se apenas de uma menção aquelas que só de lembrar me fazem salivar!

Lagunitas Wilco Tango Foxtrot 



Uma Imperial Brown Ale? Nunca tinha tomado nada assim, uma cerveja robusta com destaques para o caramelo e os maltes torrados. O lúpulo contribui com notas cítricas e herbais. Harmonizei ela com um contra-filé ao ponto e lembrei que as melhores coisas da vida são simples.

Brooklyn Oktoberfest



Marcou pelo fato de ser uma cerveja com um caráter salgado. Ela literalmente remeteu a presunto cru, tanto no aroma como na boca. Seu tom avermelhado e corpo gorduroso completam essa carne líquida. Muito diferente. Tipo de cerveja que todo curioso tem que tomar!

Nunes & Levy Toicinho



Cervejaria Caseira, produzida em Santo André. Campeã do sexto concurso aberto das Acervas no estilo Rauchbier. Esse estilo leva maltes defumados na receita, o interessante é que o Eduardo NUNES e a Juliana LEVY literalmente jogaram toicinho e gordura de porco na lenha para defumar o malte. Não há um confrade que não comente sobre essa breja após toma-la. 

Backer 3 Lobos Exterminador


Eu achava que não gostava mais de cerveja de trigo, achava. Essa cerveja ressuscitou o estilo no meu paladar. Tem caráter, seu estilo é o American Wheat, por isso tem notas mais lupuladas presentes. Capim limão entra na receita do Mestre Paulo Schiaveto!

Orval



Trapista. As lendas devem ser degustadas. Ponto final! Essa pelo jeito é oito ou oitenta, tem gente que ama (eu) e gente que odeia. Complexidade não falta aqui, você pode tomar ela do jeito que quiser que sempre novas nuances serão descobertas. Fora que ela fresca é uma coisa depois de um ano outra e por aí vai. Vai longe... “Goût d´Orval”

Wäls Pilsen



Quem disse que o Brasil não tem uma Pilsner Tcheca? Lúpulo floral salta do copo nessa mineira e o amargor no final carimba suaa inspiração. 

Menções Honrosas:

Victory Storm King Imperial Stout



Até Agora não sei se era um milk-shake ou uma cerveja que eu tava tomando...

Chimay Triple



Triple Trapista. Tomei uma tripel, duas tripel, três tripel e assumi. Não gosto de Tripel. Aí tomei essa.

Dogfish Head World Wide Stout  



18% ABV! É uma sipping beer que você quer?

Westmalle Dubbel



O estilo Dubbel não existia até existir essa cerveja...

Flying Dog Horn Dog



Porque é uma Barley Wine campeã do World Beer Cup.

Brooklyn Blast IPA



Eu achei que conhecia uma Imperial IPA...
 
Sclhafly Imperial Stout 2009



É uma Imperial Stout. É envelhecida em barril de Bourbon. Tomei on tap conversando sobre MMA com um Koreano.

That´s It! Semana que vem as melhores harmonizações de 2011!

Abraços

Saúde!

sábado, 17 de dezembro de 2011

Harmonizações Nacionais (Fim de Ano)

Bamberg Bock com Leitão a Pururuca


Festas de fim de ano chegando, resolvi fazer um clássico da cozinha mineira que se tornou onipresente no território nacional. O leitão a pururuca. Cada região do país tem a sua versão, com os mais diferentes temperos, marinadas, métodos de assar. O que é comum entre todos é o grande desafio de “pururucar” a pele do assado. Desafio nada fácil de atingir com fornos caseiros e equipamentos normais. Falaremos disso mais tarde.


Para harmonizar perfeitamente com o leitão escolhi uma cerveja da escola Alemã, a Bock. Forte encorpada, com sabores muito maltados, leve toques frutados. Ela é sensacional e temos na versão da Bamberg um exemplar magnífico. Infelizmente ela é uma sazonal de Inverno, o que dificulta um pouco encontrarmos um exemplar. Acrescentar qualquer elogio a Cervejaria Bamberg não é mais necessário nesse blog, todos sabem a admiração que tenho pelo trabalho deles. Mas só para constar, eles foram novamente premiados no European Beer Star, dessa vez com a cerveja Alt que conquistou medalha de prata. 


Caso não encontre a Bock da Bamberg, pode pegar qualquer outra. Porco e Bock (quando bem feitos) é que nem açaí com granola, combinação perfeita!

 O Leitão assado é um prato comum nas mesas lusitanas, e nos foi trazido pelos colonizadores. Os mineiros adicionaram a técnica da pururuca, muito comum entre os petiscos servidos em Minas e São Paulo. O termo tem origem tupi e refere-se a qualquer iguaria ou petiscos feitos com couro do porco que fique crocante. No dicionário significa algo quebradiço.


Leitão a Pururuca:


Conseguiremos resultados melhores se tivermos um forno que atinja temperaturas altas, superior a 300 graus, um maçarico também é muito útil.


Marinada de 12 horas no mínimo.


Pode-se assar um leitão inteiro, metade dele ou ainda um quarto. Minha receita é para um pernil de 2,7 KG.


·         Leitão


·         35 g de sal grosso
·         Tomilho e alecrim a gosto
·         1 cebola grande picadinha
·         2 cenouras picadinhas
·         15 g de pimenta rosa em grãos
·         200 ml de vinho branco seco
·         400 ml de cachaça
·         Óleo


Marinar o leitão com sal, pimenta, ervas, cebola, cenouras, vinho e metade da cachaça. Deixar nessa marinada pelo máximo de tempo possível. Assar em uma assadeira tampada com papel alumínio em forno pré-aquecido a 150 graus por duas horas. Checar se já está cozido, caso contrário voltar mais um pouco. Ao tirar, retirar os temperos do leitão. Transferir para uma assadeira com as laterais baixas. Ferver o resto da cachaça e colocar o forno na temperatura mais alta possível. Passar a cachaça fervida por toda a pele do leitão e voltar ao forno para corar. Quando estiver perto de corar, ferver o óleo. Ao retirar o leitão dar um banho com óleo muito quente na sua pele e servir.

O meu foi acompanhado de purê de batata doce e ficou uma delícia. Pode guarnecer com o que desejar. Geralmente um purê de maçã é muito bacana também ou, se quiser aproveitar o forno pode fazer vegetais variados assados.

 A harmonização aqui é regionalista, porco é uma carne muito consumida na Alemanha e os sabores resultantes dos assados lembram muito os maltes escuros empregados no estilo Bock. A semelhança é perfeita e o realce de sabores intensos tornando o conjunto deliciosamente suculento.

É isso, se não sabia qual assado fazer nas comemorações do final do ano e tá de saco cheio do velho peru, essa opção é fantástica!

Agradeço de coração a todos os meus leitores, saibam que leio com atenção e carinho cada comentário aqui deixado. O blog me rendeu muitas novas amizades esse ano, que pagaram com sobras todo o esforço e tempo que dediquei a ele. Espero no ano que vem poder melhorar cada vez mais e propiciar coisas melhores para vocês.

Passem o Natal e o Ano Novo com a família, curtam cada momento, apreciem tudo com calma e valorizem essa época. Principalmente aqueles que estão ao nosso lado.


Feliz natal e excelente ano para todos nós! 


Um grande abraço!



Saúde!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Harmonizações Nacionais



Jambreiro Belgian Dark Strong Ale com Atolado de Vaca

Dessa vez Minas Gerais pelo lado cervejeiro, encontra-se com Recife, no Nordeste Brasileiro, com um prato tradicionalmente mineiro. A Vaca atolada.

A Cervejaria Jambreiro, estabelecida em Nova Lima, MG é comandada e tem toda sua produção realizada por apenas um funcionário, o Mestre-Cervejeiro Humberto Martins. Recompensando todo seu trabalho, a Cervejaria já ganhou prêmios nacionais, provando que fazendo artesanato com paixão, nada mais interessa. A Dark Stron Ale foi primeira cerveja que provei feita por Mestre Humberto. Escola Belga, encorpada, equilibrada, tem nos maltes suas principais características, mas conta também com toques frutados e herbais.

A versão nordestina do prato difere na carne utilizada e nos temperos. Tradicionalmente feito com costela de vaca, os pernambucanos utilizam qualquer carne boa para cozido, como o músculo, o coxão duro ou, o corte que utilizei. A capa de filé. Na versão mineira os temperos são mais simples, geralmente feito com refogado de alho e cebola, sal e pimenta a gosto e finalizado com salsa e cebolinha picada.  Em Recife, é feito com “todo tempero” expressão utilizada pelos nordestinos para determinar o uso de: Alho, cebola, pimentão, tomate, colorau, cominho e coentro no final.

A vaca atolada também surge com os famosos tropeiros. Como já sabemos, durante suas viagens, eles levavam suas carnes e condimentos nas carroças. Ao adentrarem nas serras mineiras, enfrentavam terrenos irregulares e íngremes que atrasavam e muito as viagens. Nas épocas de chuvas os terrenos se transformavam em densos lamaçais, consequentemente o gado e as carroças encalhavam.  Enquanto estavam parados, tinham de cozinhar e assim nomearam o prato de vaca atolada.
Outra versão, defendida pela Chef de cozinha Mara Salles conta que “atolar” é uma técnica de cozinha nacional, onde cozinhamos uma carne junto com uma raiz que tenha bastante amido como a mandioca, o cará e o inhame, por exemplo. A raiz se desmancha e o seu amido faz que  a carne fique atolada no creme espesso resultante.

Vaca Atolada:

·         1 Kg de Capa de Filé (pode ser músculo ou coxão duro também)
·         1 Kg de mandioca
·         3 Dentes de Alho em lâminas
·         2 cebolas em cubos médios
·         1 Pimenta dedo de moça picada fininha e sem as sementes
·         2 Tomates em cubos médios
·         1 Pimentão em rodelas
·         1 colher sopa rasa de colorau
·         1 colher sopa rasa de cominho
·         Suco de 1 Limão Cravo
·         1 ramo de coentro picadinho
·         1 ramo de cebolinha picadinha
·         Manteiga de Garrafa ou Azeite
·         Sal e Pimenta a Gosto

Cozinhe a mandioca em água e sal até que ela fique macia, mas ainda mantendo a consistência, escorra, mas reservando a água. Corte a carne em pedaços grandes e tempere com sal e pimenta. Em uma panela aquecida coloque a manteiga de garrafa e adicione o alho até ele liberar o seu aroma. Adicione a dedo de moça e em seguida a cebola. Deixe ficar transparente. Em uma sautese coloque um pouco de azeite e deixe ficar bem quente. Sele os pedaços de carne em todos os lados e reserve. Adicione o pimentão e os tomates na panela. Jogue água na sautese ainda quente para fazer um “molhinho” com o que ficou nela. Adicione esse molhinho na panela. Coloque o colorau, o cominho, o suco de limão e mexa. Adicione a carne a cubra com a agua do cozimento da mandioca. Abaixe o fogo e deixe cozinhar. Vá completando com água sempre quente quando necessário, até que a carne fique macia. Acerte o tempero se necessário. Desligue o fogo e adicione a cebolinha e o coentro. Em uma travessa, faça uma cama de mandioca, disponha as carnes por cima e cubra com o molho.



Parece ser complicado, mas é bem fácil. O segredo está em cozinhar lentamente para que haja concentração máxima de sabor no caldo.

Apenas pelos ingredientes podemos perceber o quão intenso em sabor é esse prato. Para fazer boa parceria com ele precisamos de uma cerveja também poderosa. As Dark Strong Sle tem malte, amargor e doçura suficiente para suportar e equilibrar o prato. Seus sabores doces e torrados vão se encaixar bem com a carne, além do que ela conta com um bom poder de corte para liquidar a gordura.

Uma refeição espetacular e deliciosa! Daquelas que comemos até não aguentar mais.

Não se esqueça da laranjinha depois para ajudar na digestão!



Saúde!