terça-feira, 6 de março de 2012

A Bavária



Uma fonte de cerveja!

Estado alemão que respira cerveja e que é, sem dúvida, o berço mundial das cervejas lager. Lá, onde o clima bate como deve ser, ou seja, o verão é quente e o inverno é frio, surgiram muitos dos estilos de cerveja atualmente conhecidos.
 
A saber: Helles, Dunkel, Märzen, Oktoberfest, Kellerbier, Rauchbier, Schwarzbier, Bockbier e suas variações (Doppelbock, Maibock, Weizenbock, Eisbock). Além de todos esses estilos Lagers, foi na Bavária que surgiu o estilo Hefeweizen, também conhecido como Weissbier ou Weizenbier, que é o mais popular estilo de cervejas de trigo.
 
Outros estilos oriundos da região, muitos dos quais tornaram-se obsoletos são zoiglbier, zwickelbier, landbier, dampfbier, erntebier, dinkelbier e roggerbier.
Não bastasse até mesmo o estilo carro-chefe do mundo, o Pilsner, que embora tenha seu berço na República Tcheca conta com raízes bávaras, afinal, foi Josef Groll, um cervejeiro bávaro, o criador do estilo.
 
Essa terra também é a mais importante fonte de lúpulos do mundo, abastecendo cerca de um terço da demanda mundial, especialmente com os chamados lúpulos de aroma. Além disso, seus campos produzem excelente cevada e trigo para fins cervejeiros.
São poucos os lugares no mundo onde a cerveja está tão entrelaçada com a rotina diária de seus habitantes como na Bavária. Por essa razão, lá, cerveja sempre foi assunto sério. Devido ao fato de muitas vezes a produção ficar ruim e alguns cervejeiros utilizarem alguns aditivos para tentar esconder. Foi necessário a implantação de alguns decretos e leis.
 
O primeiro deles datado de 1156, na cidade de Augsburg, dizia que uma cerveja ruim deveria ser destruída ou distribuída entre a população pobre de graça. (Se isso ocorre no Brasil, haja bebedor de cerveja para dar conta... rsrsrs, rir para não chorar). Já em 1363 o conselho da cidade de Munich assumiu o papel de inspetor da cerveja. Em 1420foi acertado que toda cerveja precisava ser envelhecida pelo menos 8 dias antes de ser servida. Pouco mais tarde, 1447, ordenaram que os mestres cervejeiros só poderiam usar malte, lúpulo e água para a fabricação.
 
Quarenta anos mais tarde, o Duque Albretch IV, obrigou os produtores de cerveja de Munich a fazerem um juramento público aderindo ao último decreto, finalmente culminando, em 23 de abril de 1516, na famosíssima Lei de Pureza, a Reinheitsgebot, emitida pelo Duque Bávaro Wilhelm IV.
 
Entretanto, essa lei não teve seu objetivo alcançado, pois a cerveja produzida no verão continuava ruim (a temperatura alta do verão permitia infecções microbiais, que estragavam a cerveja, logo, não era culpa de nenhum ingrediente utilizado), o que acabou por forçar outro decreto, bem menos conhecido, mas não menos importante e impactante para o mundo da cerveja.
 
Porém esse decreto eu deixarei para a segunda parte do post sobre esse maravilhoso Estado cervejeiro.

Prosit!

(Essa série de posts foram inspirados na leitura do livro The Oxford To Beer Companion.)

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