Qual a diferença
entre uma Porter e uma Stout?
Escuto essa pergunta frequentemente. Exemplos comerciais
desses estilos realmente mostram um caráter muito parecido. No mundo não existe paladar tão treinado a ponto de sempre diferencia-los. Esse fato é duro de engolir para alguns. Nós
gostamos de pegar uma Porter da prateleira e saber como ela será diferente da
Stout que tomamos ontem, mas não é tão fácil assim. Ainda bem que há certos aspectos que se aplicam a esses estilos que podem nos guiar pela direção
certa. Chegaremos lá, mas antes descobriremos a razão desses dois estilos serem
tão parecidos.
A Origem
Vamos começar com a palavra Stout (robusto). Por volta de
1700, não havia algo como um estilo chamado Stout. A palavra era apenas
um adjetivo para descrever algo forte e denso. Na Inglaterra, se tornou prática
comum acoplar essa palavra na frente do nome do estilo da cerveja para indicar
que tal cerveja era um pouco mais forte do que você espera para o estilo em
questão. Ou seja, Stout era o “imperial” ou o “Double” daquela época.
A Divisão
No final do século XVIII, um estilo de cerveja dominava a
Inglaterra: Porter. Como era tendência, as porters mais fortes eram chamada as
vezes de Stout Porter, e com o passar do tempo, tornou-se tão comum que
pronunciar o nome inteiro não era necessário. O cliente pedia uma Stout e o
garçom entendia o que ele queria. Isso criou uma divisão. Agora haviam Porter e
haviam Stouts, cervejas similares mas
com uma distinção de força. No começo do SÉC XIX as cervejas que levavam cada
nome foram evoluindo de forma diferente e começaram a ser vistas como estilos
totalmente diferentes. Pale Ale estava ultrapassando as Porters como a cerveja
dominante da época, e as cervejarias passaram a dar maior foco para as Stouts.
Com a popularidade em baixa, a qualidade das Porters começou a decair. Vista
agora como cerveja fraca, cerveja dos velhos, a Porter quase chegou a sumir.
Foi apenas nas últimas décadas que sua popularidade voltou a subir.
Meu Tempo é Hoje
Atualmente Stouts e Porters vêm sendo produzidas ao redor do
mundo. Mas mesmo que bebêssemos todas que existem, não seríamos capazes de
estabelecer os fatores que as diferenciam. Com certeza não valeria a
ressaca. Entretanto, a bebedeira nos levaria a algumas observações. Em geral, ambas tem alguma quantidade de malte
torrado que pode ter sabor de café, chocolate ou pão queimado. Em Porters, esse
caráter é geralmente mais ameno que nas Stouts, mas existem Porters bem
agressivas e Stouts surpreendentemente gentis disponíveis no mercado.
Geralmente Porters são menos alcoólicas que Stouts, mas também existem exemplos
com alto teor alcoólico. Na prática acaba sendo uma decisão do cervejeiro
decidir como irá chamar sua ale escura. Tradição, inspiração, e marketing
podem influenciar a sua decisão.
A Esperança Não Está
Perdida
Existe uma alta variedade de sub-estilos dentro da cada
grande estilo que pode ajudar na hora de decidir o que comprar. Cada um tende a
descrever as características da cerveja que te ajudará, a saber, o que está
comprando.
Stouts:
·
Dry Stout:
Dulçor baixo, bastante amargor dos maltes torrados, baixo teor alcoólico.
·
Oatmeal
Stout: Produzida com uma pequena proporção de aveia, que a torna cremosa,
amendoada e suave.
·
Milk/Sweet
Stout: Produzida com lactose. Mais adocicada, menos amarga e com corpo mais
denso.
·
Imperial Stout: Intensa. Caráter extremamente
torrado e alto teor alcoólico;
Porters:
·
Brown
Porter: Torrefação média, lembra caramelo e chocolate ao leite.
·
Robust
Porter: Mais intensa, corpo denso, torrefação alta.
·
Baltic
Porter: Tipicamente feita com levedura
lager , esta tem sabor bem diferente das outras. Maltada, cremosa e densa.
Geralmente não tão amarga.
Espero ter esclarecido alguma coisa. Mas o que dá pra tirar
disso tudo é: Habitue-se a ler os rótulos do que está comprando, seja o produto
que for. Ninguém conhece melhor o produto do que o produtor.
Começar a semana com uma Stout de 18%abv não tem preço. |
Boa semana a todos!
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