segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Restaurante e Cachaçaria Mocotó

Quinta feira, finalmente consegui conhecer o tão falado Restaurante e Cachaçaria Mocotó em São Paulo. Vinha numa arrilia* brava, que não era de hoje. Foi garapa achar o restaurante, que muitos dizem ser de difícil acesso. Especializado em comida nordestina, o espaço é vencedor de inúmeros prêmios importante e sempre muito recomendado por quem o freqüenta. Eu não serei diferente. Os pratos da casa esbanjam autenticidade e identidade, sempre muito bem preparados pelo Chef Rodrigo Oliveira que ultimamente tá com a moléstia.
Logo que entramos a primeira impressão é de simplicidade. Quando olhamos à nossa direita, não existe parede, e sim, uma incrível quantidade de garrafas de cachaças. Coisa de chorar.
Caipirinha e Mocofava
Chagamos depois das vinte horas, e já havia espera. Então fomos ao balcão para os tira gosto e começamos com uma dose de Jacuba, a cachaça que eles usam para fazer caipirinha. Pedimos também uma Mocofava, que consiste em caldo de mocotó com favas e uma caipirinha.
Em seguida fomos chamados para a mesa. Fui logo querendo saber a carta de cervejas que o Mocotó oferecia. Existem opções diferentes, como as Theresópolis e Petra, mas o destaque fica por conta das Colorados.

Como eu nunca havia tomado a
Therezópolis  St Gallen Weiss, optei por ela. O serviço foi condizente com uma de trigo, que deve ter o fermento adicionado ao líquido.

Fomos para o rango, me encontrei em um nó cego arretado, são muitas opções de dar água na boca, como estávamos em cinco pessoas, experimentamos bastante: Dadinhos de Tapioca com queijo coalho, carne de sol com pimentas biquinho, alho assado e chips de mandioca, baião de dois, que era pra servir duas pessoas, mas deu pra cinco e escondidinho de carne seca.
Todos os pratos estavam excelentes, mas os destaques para mim são o Mocofava, a Carne de Sol e os dadinhos de tapioca. Haja apetite para dar conta de tudo, as porções são generosas.
Dadindo de tapioca, escondidinho e carne de sol

Leandro Batista ao centro.

Enquanto banqueteávamos, o chef cabra da peste Rodrigo apareceu, e muito cordialmente nos cumprimentou, mostrando muita humildade, papo chegou às cachaças, que ele diz conhecer muito, tanto de quilometragem quanto de litragem. Acabou por nos apresentar ao cachaça sommelier da casa Leandro Batista**, que não é gabola não. Aí foi tudo pro abraço, tivemos uma verdadeira aula de cachaças, além de degustar mais cinco cachaças que ele nos recomendou, eu confesso, não lembro de todas mas foram a Velho Pescador, Weber Haus, Anísio Santiago e mais duas. Após um papo longo e maravilhoso eu já estava cheio do pau, restou-me pedir uma água, para equilibrar as coisas entende?
Musse
Hora da sobremesa, meu pedido, como não podia ser diferente, foi musse de chocolate com cachaça, mas o pessoal ainda pediu o famoso sorvete de rapadura e também um gelado de manga e cajá.
A minha sobremesa é muito bacana porque você realmente sente todos os ingredientes, inclusive a cachaça, e forte. Porém, o paladar para mim não foi tão agradável. O destaque é realmente o sorvete de rapadura, que vem na quantidade certa para não ficar enjoativo.
Fim de sobremesa e fim de festa. Chamamos a conta e o jeito foi se picar de lá, com só uma certeza. A de voltar.



*para saber o significado dos termos em negrito, visitar a seção dicionário no site do Mocotó.
** Leandro Batista colabora com matérias e explicações sobre as mais variadas branquinhas do Brasil no site mapa da cachaça. Também promove no Mocotó uma degustação de cachaças, para participar é só ligar antes e avisar o interesse.

3 comentários:

  1. O Mocotó é sensacional! E o melhor de tudo é que os preços são extremamente acessíveis para um chef do gabarito de Rodrigo Oliveira, que é um dos nomes em ascensão da gastronomia brasileira. Recomendo fortemente, mas é preciso algum clima de aventura (ou um GPS) para encontrar o lugar e um pouco de paciência para encarar a inevitável fila de espera.

    ResponderExcluir
  2. Grande Marcussi. Obrigado pela visita e por complementar o texto, realmente esqueci de citar que um dos pontos mais fortes do Mocotó é sua relação custo-benefício.

    ResponderExcluir
  3. Oi João. Parabéns pelo post. Conseguiu descrever bem os pratos e a experiência de visitar o Mocotó. Eu já fui várias vezes, mas mesmo assim me perco...(preciso de um GPS) Mas sempre vale a pena! Bacana que divulgou o site Mapa da Cachaça - espero que goste do nosso projeto.
    grande abraço
    Felipe

    ResponderExcluir