quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Cervejaria Bodebrown


Já falei um pouco aqui sobre a Bodebrown quando avaliei a Perigosa Imperial IPA, e também sobre o seu comandante, o Chapeleiro Maluco Samuel. A cena cervejeira em Curitiba está prosperando, e muito em função dessa cervejaria Escola, que além de criar cervejas maravilhosas, faz um esforço imensurável para apoiar cervejeiros caseiros. Seja ensinando, vendendo insumos ou até mesmo emprestando os equipamentos e o espaço para a produção da receita.

Variedades de Malte
Basta dez minutos de papo com o Samuel para sentir a paixão que esse Pernambucano tem pelas cervejas. É um cientista maluco que leva na bagagem formações nos mais diversos cursos nacionais e internacionais, tem uma biblioteca cervejeira que nunca vi igual e principalmente não tem medo de experimentar e errar. São esses os principais motivos em minha opinião que fazem as suas cervejas únicas. Samuel também foi o precursor do movimento “Viva La Revolucion”.

Certificados

"Cervejoteca"
Ao chegarmos lá logo notamos que a cervejaria passava por mudanças, movimento pra todo lado, o que não impediu que o próprio Chapeleiro nos recebesse. Mostrou-nos a fábrica de cabo a rabo, a parte escola, a biblioteca, a lojinha de insumos, o laboratório, a fábrica de brassagem. Foram verdadeiras horas de pura imersão cervejeira, liderada por um cara que sabe tudo sobre o assunto, nesse tempo seu telefone tocou umas cinco vezes e ele pediu para todos ligarem mais tarde, mostrando um incrível respeito conosco.
A experiência principal a meu ver foi provar sua Imperial Milk Stout com 14%, 17% e finalmente 21% de teor alcoólico. O corpo (mosto) para essas três brejas é o mesmo, e assim como eu, você deve pensar então que o que encontraremos é apenas uma bebida mais forte e com maior presença do álcool. Ledo engano. A gama de sabores e aromas encontrados, assim como a produção de espuma e força de carbonatação altera de forma inimaginável.

Imperial Milk Stout 14,5,  17 e 21% ABV

Destilador funcionando

Destilado da Milk Stout 21%

Misturando
De acordo com o Samuel, a razão de isso acontecer se deve a ação das leveduras durante o período de fermentação da cerveja. Quanto mais tempo deixamos o fermento atuar, mais temos que “alimentá-los” com açucares, que logo serão consumidos e manterão o fermento ativo. Entretanto, a fermento continuará atuando sobre os antigos açucares presentes no mosto, e é deles que virão diferentes sabores e aromas que vão se aprofundando e alterando cada vez mais.
“Nós fazemos o mosto, quem faz cerveja é o fermento.” – Samuel Cavalcanti
Eu particularmente preferi a de 21%, e foi com ela que rolou outro experimento bacana. O mestre possui um destilador e com ele, retirou todo o álcool da Milk de 21 e nos deu para provar. Então provamos o álcool destilado (que tem um aroma incrível), a cerveja sem o álcool e depois misturamos os dois novamente. Reparar as diferenças é sensacional. Depois para descontrair ele juntou no mesmo copo um pouco da Milk 17 e da 14 e bebemos novamente. Sinceramente não lembro o que senti, mas deu uma esquentada no peito brava e uma alegria enorme.
Agradeço de coração ao pessoal da Bode e recomendo a todos uma visita à cervejaria, pois vale muito a pena.


Saúde!

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