quinta-feira, 29 de março de 2012

Aditivos na Cerveja



No dicionário: Substâncias que se juntam, em pequenas quantidades, aos aglomerantes, para lhes modificar determinadas características ou substância adicionada a uma solução para aumentar, diminuir ou eliminar determinada propriedade desta; agente aditivo.

Produzir cerveja é um processo tradicional e bem natural, que geralmente não necessita do uso de aditivos encontrados em alimentos da atualidade. A maioria das cervejas é essencialmente livre de aditivos. Os processos biológicos envolvidos na fabricação da cerveja são perfeitamente capazes de produzir excelente, saborosa, saudável e estável cerveja sem assistência alguma da indústria de aditivos.

Mesmo assim, às vezes os aditivos químicos encontram seu espaço nas cervejarias. Eles podem ser classificados em algumas categorias.

- Aditivos a base de lúpulo, modificados quimicamente:

Um grupo de aditivos comuns são os baseados em extrato do lúpulo modificados quimicamente. São produtos comerciais utilizados principalmente na fabricação de lagers industriais. É adicionado a cerveja já pronta, pouco antes do engarrafamento. Servem para dar a cerveja um amargor suave e controlado, alta solubility e ampliar a duração da espuma.

- Aditivos para estabilidade química

Esse tipo de aditivo amplia a estabilidade química da cerveja, ajudando o líquido a manter sua clareza e translucidez durante grandes períodos de tempo e em temperaturas variadas. Um desses produtos é o PVP (polivinilpirrolidona). Quando adicionado à cerveja, o PVP irá imediatamente reagir com polifenóis na cerveja formando um composto sólido que pode ser mais tarde filtrado do líquido. Se não for retirado, pode com o passar do tempo, conceder certa turbidez a cerveja.

- Aditivos para estabilidade de sabor

Provavelmente os mais utilizados na produção de cerveja, o famoso antioxidante INS 316 é um deles. Especialmente em lagers (pilsens) de massa, podem ser muito eficientes na questão de dar mais vida de prateleira para elas. O maior culpado em estragar o sabor da cerveja é sem dúvida o oxigênio. Através de uma série de processos químicos, o oxigênio reage com muitos compostos ativos de aromas e sabores na cerveja, substituindo os sabores desejáveis por sabores que lembram papelão, papel ou coisa envelhecida/passada. Logo, esses aditivos são chamados de antioxidantes, os mais comuns são os sulfitos. Eles não apenas reagem com o oxigênio, mas também com outros precursores de oxidação (como aldeídos) que poderiam eventualmente oxidar, causando os sabores acima citados. O engraçado é que os sulfitos são encontrados naturalmente na cerveja, produzidos como metabólitos da ação do levedo. Isso torna o controle do total de sulfitos na cerveja complicado para quem os adiciona. Muitos países regulam a quantidade de sulfitos utilizados nas cervejas pois sabe-se que eles podem causar alergias, tanto que alguns mercados impõe um limite. Outro importante antioxidante é o ácido ascórbico (vitamina C). Não é tão efetivo quanto o sulfito e também pode em certas circunstâncias atuar na direção contraria, como um oxidante, mas isso ainda não é bem compreendido.

- Aditivos que regulam a cor

A cor pode ser regulada numa escala crescente (do mais claro para o escuro) através do uso de alguns compostos, sendo o mais famoso o corante caramelo. O produtor pode recorrer a ele por duas razões. A primeira é como corretor de cor, usado em pequenas doses para corrigir a cor final de muitos tipos de cerveja. O segundo é como parte da receita mesmo, pois se colocado em quantidade normal, ele virtualmente não apresenta nenhum sabor ou aroma, assim pode ser usado para produção de cervejas escuras com menos sabor ou aroma de torrefação que teriam caso utilizasse maltes escuros para conseguir a mesma cor.

- Aditivos para regular sabor

Muitos compostos podem ser adicionados em qualquer estágio da produção, permitindo-se fazer diversas cervejas diferentes com apenas uma receita base. Ácidos, o mais comum o lático, podem entrar para adicionar acidez, açucares para aumentar o corpo e sensação na boca e vários extratos, naturais ou artificiais ou essências de frutas e ervas para dar ao produto final uma qualidade normalmente não encontrada na cerveja.

- Aditivos para estabilizar espuma

São usados quando a formação e retenção de espuma (quão bem ela se forma e quanto tempo ela leva para cair e desaparecer) são consideradas insuficientes para a aceitação do consumidor. Na maioria dos casos, essa deficiência pode acontecer tanto pelo uso em alta proporção de adjuntos, malte de qualidade ruim ou algum problema durante o processo de fabricação. O único e mais famoso estabilizador de espuma é o PGA (alginato de propileno glicol), vendido sob vários nomes comerciais. Esse composto é um extrato de certos tipos de algas marinhas modificado quimicamente. É diluída em água e então adicionada a cerveja. Ele cria uma espuma com bolhas mais duráveis quando a cerveja é servida, entretanto, essa espuma substituta tem qualidades estéticas bem diferentes da espuma natural. Um fato que o consumidor pode ou não perceber.

Tentei com esses textos, demonstrar o porquê a Lei de Pureza deve ser respeitada e ao menos para mim, ainda ser uma garantia de qualidade.

Todos esses textos foram baseados no estudo e observação do livro The Oxford Companion To Beer (infelizmente apenas em inglês), que eu recomendo muito para quem quer ampliar o conhecimento desse mundo magnífico.

Beba boa cerveja!

Saúde!

terça-feira, 27 de março de 2012

A União em Prol da Boa Cerveja

Carta de Intenções dos Blogueiros Brasileiros de Cerveja

No último fim de semana, em Blumenau, ocorreu a primeira Convenção Nacional dos Blogueiros de Cerveja. Unidos e motivados pela alegria cervejeira que rondava o Festival Brasileiro da Cerveja, foram definidas ações futuras objetivando a divulgação da cultura cervejeira. Em ações conjuntas, o grupo tentará melhorar o atual mercado nacional, sempre enfatizando o consumo com qualidade e responsabilidade.

Abaixo segue a Carta de Intenções na íntegra, justamente como foi apresentada em Blumenau:

HISTÓRICO

A atividade cervejeira no Brasil está vivendo uma revolução que começou há cerca de dez anos. As importações de cervejas especiais aumentaram significativamente, cervejarias artesanais vem conquistando uma fatia importante do mercado – ainda que em comparação com as cervejarias de massa seja uma fatia pequena – e os cervejeiros caseiros estão proliferando velozmente e alcançando um nível de excelência na produção comparável ao de países com grande tradição nesta área.

Desde meados da década passada, um grupo de entusiastas acompanha de perto e documenta por meio da internet este processo, publicando cotidianamente ideias, informações e opiniões sobre as mudanças que assistimos neste setor no país. Trata-se de um grupo diversificado em pensamento e ação, que reúne profissionais dos mais diversos ramos do saber, unidos pela paixão por cervejas de qualidade: os blogueiros de cerveja.

Suas palavras alcançam um número crescente de leitores sedentos por saber mais sobre uma das bebidas mais antigas conhecidas pela humanidade. Por isso, influenciam um número também crescente de profissionais de mídia acostumados a lidar apenas com as gigantes cervejeiras globais que, por longos anos, mantiveram domínio absoluto do mercado.

Conscientes de seu papel na difusão da cultura cervejeira no Brasil, após realizarem trabalhos conjuntos para medir a amplitude deste movimento e desenvolverem um fórum online de debates, os blogueiros começaram a se organizar efetivamente em 2011. O presente documento tem a intenção de propor os pontos de convergência dos pensamentos dos integrantes – profissionais e amadores – deste grupo, e propor linha gerais de atuação que reflitam suas preocupações comuns.

PRINCÍPIOS

Os Blogueiros Brasileiros de Cerveja (BBC) entendem que a divulgação da cultura cervejeira e a análise do mercado cervejeiro devem obedecer a princípios fundamentais de ética, liberdade de expressão e responsabilidade.

Sendo assim, os integrantes do BBC passam a assumir perante o público os seguintes compromissos:

•    De fornecer informações e opiniões isentas de influências comerciais indevidas, devendo ser expressas claramente quaisquer condições de produção do material que possam afetar essa isenção;
•    De incentivar, em suas manifestações online e offline, o consumo responsável de bebidas alcoólicas;
•    De identificar, sem exceções e com o devido destaque, a autoria e a fonte dos materiais (textos, vídeos, imagens) usados que não sejam de produção do responsável pelo blog e seus eventuais colaboradores;
•    De indicar de forma objetiva, adotando quaisquer abordagens e nomenclaturas que julgarem convenientes, a forma de produção das cervejas apresentadas em resenhas e reportagens, distinguindo nitidamente as bebidas caseiras das comerciais;
•    De adotar práticas condizentes com as boas intenções expressas neste documento, buscando o convívio harmonioso e o fortalecimento da união de esforços com os demais integrantes do grupo.

AÇÕES

Para identificar os blogs administrados em concordância com os princípios desta declaração, o grupo adotará um selo que será conferido, posteriormente, aos blogueiros que manifestarem vontade de agir de acordo com tais princípios, e deverá ser mantido por estes enquanto isto ocorrer.

Os blogs reunidos sob esta organização buscarão realizar ações conjuntas em prol da difusão da cultura cervejeira no país, que podem tomar a forma de campanhas, eventos, e quaisquer outros meios considerados compatíveis com os ideais expostos neste documento.

Tais ações poderão ser definidas e desenvolvidas por quaisquer dos integrantes do grupo, devendo ter o apoio dos restantes na medida do que estes considerarem pertinente.

Blumenau, Santa Catarina, 24 de março de 2012

ASSINADO

Alexandre Bratt - CluBeer

Bernardo Couto - Homini Lúpulo

Bruno Couto – Eu Bebo Sim

Daniel Conde Perez – A volta ao mundo em 700 cervejas

Fabian Ponzi – Bebendo Bem

Fabio Andreoli – Ein Prosit Empório

Fabio Hofnik - Cerveja Brasilis

Guilherm Schwinn - Gastrobirra

Gustavo Corrêa – De gole em gole

João Fanchin Queiroz – Bar do Jota

João Gabriel Margutti Amstalden – Panela de Malte

Linus de Paoli - Rotenfuss Bier

Lucas Serafini - Cervejas Especiais

Luciano Castro - O Mestre Cervejeiro

Luís Celso Sniecikoski Jr. - Bar do Celso

Marcelo Ricardo Monich - Cerveja? Gosto sim.

Marcio Beck - A volta ao mundo em 700 cervejas

Mauricio Beltramelli - Brejas

Nicholas Bittencourt - Goronah

Rafael Borges - Have a Nice Beer

Raphael Rodrigues - All Beers

Robson Vergilio – Vergilio


Abração a todos e vamos que vamos!!!

quinta-feira, 22 de março de 2012

A função dos adjuntos e aditivos na cerveja.

Nesse primeiro texto, irei tratar dos adjuntos.

Adjunto, no dicionário, significa: termo acessório, que modifica outro, principal ou acessório. É sinônimo de ajudante, assistente, substituto ou suplente.

No mundo da cerveja, adjuntos são fontes alternativas para o cervejeiro, utilizados para repor ou compensar alguma proporção do malte. Podem ser vistos como uma fonte mais barata de extratos, mas são mais comumente usados como uma maneira de acertar ou adicionar alguma característica específica para a cerveja seja na coloração, sabor ou espuma.

Os adjuntos podem ser líquidos, como o açúcar da cana ou beterreba, xaropes e melados, esses são adicionados ao mosto na fase da fervura. Já os sólidos, como cevada não maltada, trigo, milho, arroz, aveia, centeio e sorgo são adicionados na mostura, fase em que os cereais são misturados a água, originando o mosto. Esses podem estar inteiros ou na forma de grãos, farinha, flocos, torrados e maltados.

Cevada

Arroz

Milho

Trigo


Os adjuntos são frequentemente ridicularizados por entusiastas da cerveja pelo seu uso nas cervejas de massa, afinal milho, arroz e outros açucares variados são usados para amenizar ou suavizar sabor e cor, além é claro de baratear o custo. Apesar disto, o uso de adjuntos é bem tradicional e remete a épocas antigas.

Colonos americanos muitas vezes reforçavam o mosto com qualquer amido que estivesse disponível, abóbora, por exemplo, era muito utilizada, no começo era muito complicado fazer uma cerveja puro malte, pois o abastecimento era escasso. Muitos estilos belgas de cerveja recebem o famoso “cândi sugar” (açúcar de beterraba aquecido com água, resultando em uma espécie de calda), geralmente caramelizado para adicionar cor e sabor à cerveja. Particularmente, o “candi sugar” mais escuro fornece sabores de caramelo de frutas-escuras como uvas-passas por exemplo. Estilos como wheat beers (cervejas de trigo), oatmeal stout ou rye beer requerem outros grãos específicos além do malte.

 Mel, fava de baunilha, chocolate, cacau, pimenta, semente de coentro e rapadura são outros adjuntos conhecidos e bastante utilizados para, digamos, “temperar” a cerveja.

Cacao

Sementes de Coentro

Favas de Baunilha


Concluímos então que os adjuntos, se usados para o bem do produto, podem adicionar sabores e as vezes são indispensáveis para produzir qualidades muito apreciadas em alguns estilos de cervejas que mais apreciamos.

O que dita a beleza é o bom senso.

Continuarei no próximo texto com os aditivos.

domingo, 18 de março de 2012

Bavaria e os Decretos

Continuando a história com a construção de uma entidade cervejeira.

Um novo decreto feito pelo Duque Albretch V em 1553 proibiu completamente a produção cervejeira entre 23 de abril e 29 de setembro. Sem intenção, isso fez com que todas as cervejas da Bavária fossem Lagers, pois as “leveduras ale” não trabalham em temperaturas baixas, na época, apenas leveduras de baixa temperatura eram capazes de fermentar a cerveja no gelado inverno alemão.

Outro fator interessante foi que graças a esse decreto surgiu o estilo de cervejas Marzenbier (ao pé da letra, cervejas de Março). Os mestres cervejeiros, para garantir que haveria cerveja no verão, produziam cervejas mais fortes, que durassem mais. Elas eram estocadas em barris, em ambientes mais frios. Dessa prática, deriva o termo “lager”, pois “lagern” em alemão significa “para estocar”.

Tudo isso fez com que os Bávaros hoje em dia tenham um estilo de cerveja preferível para cada época do ano.

No verão, a predileta é a Helles ou a Hefeweizen. No outono eles optam pelas Okoberfest ou Marzenbiers. Chegando o clima mais frio é hora de chamar as mais fortes, bock ou doppelbocks aparecem para esquentar. Na primavera eles vão de mai-bock uma bock mais clara e amena.

Helles

Hefeweizen

Oktoberfest

Doppelbock
Mai-Bock

Em reconhecimento a toda essa cultura da Cerveja Bávara, em 2001 a União Européia concedeu o status de “Protected Geographical Indication”. É semelhante ao DOC (Denominação de Origem Controlada).

Escrevi essa história eu escrevi para mostrar que uma lei como a Reinheitsgebot não apareceu do nada e que ela merece respeito. Nos dias atuais muitos cervejeiros a ridicularizam-na e algumas micro cervejarias nacionais, fazem pior, estampam a lei em seus rótulos mesmo utilizando outros ingredientes. É uma vergonha e enganação ao consumidor.

Aproveitarei o gancho desses textos, para, em outro post, falar sobre aditivos, adjuntos e outros cereais empregados em receitas, por qual motivo eles são usados e o que causam no produto final.

A Reinheitsgebot para mim ainda serve como uma garantia de qualidade.

Referência: The Oxford Companion To Beer

terça-feira, 13 de março de 2012

Harmonizações Nacionais



Backer 3 Lobos Pele Vermelha com Bolinho de Abóbora Recheado com Carne-Seca

O nome Backer causa certa nostalgia em mim. Acredito ser pelo fato de ela remeter a bons momentos vividos em diversos lugares/bares com meus amigos. Fato é que há muito tempo lhe devo uma harmonização digna, e quando saiu essa nova linha 3 Lobos, chefiada pelo mestre Paulo Schiaveto, com excelente qualidade, tudo se encaixou.

Tomei a Exterminador, American Wheat Rye que vai Capim-Limão e adorei, aí fui para a American Pilsen e pirei de vez. A próxima era a Pele Vermelha e dessa vez não deixei passar a oportunidade de apimentar a brincadeira. (Existe também uma Porter chamada Bravo, que faz parte da linha).

Ipa e petisco gorduroso é o que há. Literalmente. Petisco gorduroso apimentado e com frescor da hortelã então, nem se fala. A carne-seca é um ingrediente famoso por todo território nacional que merecia figurar por aqui. A idéia desse bolnho agora é comum, mas eu o vi pela primeira vez no Restaurante Mocotó, que reputo de inigualável.

Vamos ver como começou o processo de salgar carnes no Brasil:

A velha salga dos lusitanos foi aprendida pelos brasileiros. A carne é salgada e depois seca ao relento, aumentado o seu poder de conservação pela desidratação. Essa carne se fez presente na bagagem dos exploradores, viajantes e vaqueiros que percorriam longas viagens. Ficou conhecida como Carne-Seca, ou Carne de Sol. Depois, um cearense, de nome José Pinto Martins levou a técnica para o Rio Grande do Sul. Os gaúchos adicionaram ainda mais sal, e assim surgiu o Charque.

Hoje em dia são três carnes diferentes, a saber:

•    Carne-Seca: Mais sal que a carne de Sol e seca em estufas. (comum no Nordeste)
•    Carne de Sol: Processo mais rústico, exposta ao sol ou ao vento, um pouco mais avermelhada e uma “vida” menor. (comum no Nordeste)
•    Charque: Processo mais complexo, mais industrial podendo até ter adição de produtos químicos. (comum no Rio Grande do Sul)

Bolinho de Abóbora com Carne-Seca:
(50 bolinhos, acredite, não é muito)

Massa:
•    1 Kg e ½  de abóbora descascada e cortada em cubos
•    1 colher sopa de alho
•    1 colher sopa de sal
•    1 colher sopa de cebola picadinha
•    2 colheres sopa de óleo de girassol
•    1 colher sopa de manteiga
•    Farinha de Trigo q.b (quanto baste)
Refogar o alho e a cebola no óleo. Adicionar a abóbora e refogar mais um pouco, adicionar o sal. Cobrir com água e cozinhar por cerca de 20 minutos. Depois de cozida, retirar a abóbora e bater no liquidificador. Voltar a massa obtida para a panela, verificar o sal. Adicionar farinha de trigo até soltar da panela, acrescentar a manteiga. Quando a massa soltar das mãos, deixar esfriar.
Recheio:
•    ½ Kg de Carne-Seca dessalgada e desfiada
•    3 colheres sopa de manteiga de garrafa (pode ser óleo)
•    1 Cebola roxa média picadinha
•    100 gramas de catupiry
•    Hortelã picada a gosto
Colocar a manteiga de garrafa em uma frigideira. Adicionar a cebola e refogar levemente, adicionar a carne e refogar mais um pouco. Colocar o catupiry e mexer, Tirar do fogo e adicionar a hortelã no final.

Montagem:
Abrir a massa nas mãos, rechear e fechar dando formato redondo. Passar na farinha de rosca e fritar em óleo bem quente.
Sirva com molho de pimenta que irá ficar bem legal, pois a abóbora tem um gosto levemente adocicado.

India Pale Ales, graças aos seus lúpulos aromáticos, combina muito bem com ervas e pimentas. Com recheios cremosos e densos o poder de corte dos lúpulos e da carbonatação ajudam a restaurar o paladar. A Pele-Vermelha possui também toques cítricos e um dulçor que contribuem para o conjunto.


Perfeito para acompanhar uma noite com os amigos!



Saúde!

terça-feira, 6 de março de 2012

A Bavária



Uma fonte de cerveja!

Estado alemão que respira cerveja e que é, sem dúvida, o berço mundial das cervejas lager. Lá, onde o clima bate como deve ser, ou seja, o verão é quente e o inverno é frio, surgiram muitos dos estilos de cerveja atualmente conhecidos.
 
A saber: Helles, Dunkel, Märzen, Oktoberfest, Kellerbier, Rauchbier, Schwarzbier, Bockbier e suas variações (Doppelbock, Maibock, Weizenbock, Eisbock). Além de todos esses estilos Lagers, foi na Bavária que surgiu o estilo Hefeweizen, também conhecido como Weissbier ou Weizenbier, que é o mais popular estilo de cervejas de trigo.
 
Outros estilos oriundos da região, muitos dos quais tornaram-se obsoletos são zoiglbier, zwickelbier, landbier, dampfbier, erntebier, dinkelbier e roggerbier.
Não bastasse até mesmo o estilo carro-chefe do mundo, o Pilsner, que embora tenha seu berço na República Tcheca conta com raízes bávaras, afinal, foi Josef Groll, um cervejeiro bávaro, o criador do estilo.
 
Essa terra também é a mais importante fonte de lúpulos do mundo, abastecendo cerca de um terço da demanda mundial, especialmente com os chamados lúpulos de aroma. Além disso, seus campos produzem excelente cevada e trigo para fins cervejeiros.
São poucos os lugares no mundo onde a cerveja está tão entrelaçada com a rotina diária de seus habitantes como na Bavária. Por essa razão, lá, cerveja sempre foi assunto sério. Devido ao fato de muitas vezes a produção ficar ruim e alguns cervejeiros utilizarem alguns aditivos para tentar esconder. Foi necessário a implantação de alguns decretos e leis.
 
O primeiro deles datado de 1156, na cidade de Augsburg, dizia que uma cerveja ruim deveria ser destruída ou distribuída entre a população pobre de graça. (Se isso ocorre no Brasil, haja bebedor de cerveja para dar conta... rsrsrs, rir para não chorar). Já em 1363 o conselho da cidade de Munich assumiu o papel de inspetor da cerveja. Em 1420foi acertado que toda cerveja precisava ser envelhecida pelo menos 8 dias antes de ser servida. Pouco mais tarde, 1447, ordenaram que os mestres cervejeiros só poderiam usar malte, lúpulo e água para a fabricação.
 
Quarenta anos mais tarde, o Duque Albretch IV, obrigou os produtores de cerveja de Munich a fazerem um juramento público aderindo ao último decreto, finalmente culminando, em 23 de abril de 1516, na famosíssima Lei de Pureza, a Reinheitsgebot, emitida pelo Duque Bávaro Wilhelm IV.
 
Entretanto, essa lei não teve seu objetivo alcançado, pois a cerveja produzida no verão continuava ruim (a temperatura alta do verão permitia infecções microbiais, que estragavam a cerveja, logo, não era culpa de nenhum ingrediente utilizado), o que acabou por forçar outro decreto, bem menos conhecido, mas não menos importante e impactante para o mundo da cerveja.
 
Porém esse decreto eu deixarei para a segunda parte do post sobre esse maravilhoso Estado cervejeiro.

Prosit!

(Essa série de posts foram inspirados na leitura do livro The Oxford To Beer Companion.)

sexta-feira, 2 de março de 2012

Templo Da Carne Marcos Bassi.


“Quem é quem é? Que criou a costela do contafilé, quem é...”

Marcos Guarda Bassi. O artesão da carne. Ponto Final.

Seguinte, desde que comprei o dvd A Magia do Churrasco do Bassi, fui altamente contagiado pela maneira como ele se refere a carne, como ele a trata, como ele a respeita, e desde então, minha paixão pela carne e pelo churrasco subiu a limites infindáveis, sem contar que fiquei louco para conhecer um dia o seu restaurante. Templo da Carne.

Pois o dia chegou, quando fiquei sabendo, não acreditei. O “prato” escolhido, quem acompanha o blog imagina, foi a Costela. A enigmática, paciente, a rainha e inalcançável costela. Aquela que errei e ainda er

E não é que  ganhei essa visita de aniversário? Minha família foi quem me deu, mas muito mais que isso, me deram o prazer da sua companhia e me proporcionaram momentos inesquecíveis, que aproveitei cada segundo. Então, amigos à mesa eu tinha, carne então, nem precisocomentar. Faltava ela... A Cerveja! Será que teria algo de qualidade para tornar o dia realmente perfeito? 

 Tinha! O templo da carne não faz feio, o atendimento é excepcional, o ambiente muito bonito e fica nos arredores da linda Bela Vista.

Ao chegar, fomos bem recepcionados e cordialmente avisados que a espera era de uma hora. Era domingo, logo, aceitável, lá não há reserva, é por ordem de chegada. Sem pedirmos, foi nos servido uma maravilhosa linguiça aperitivo, realmente muito boa. Para acompanhar pedimos a paulistana caipirinha e uma Heineken. Degustamos enquanto olhávamos a vitrine com maravilhosas carnes a exposição. (acoplado ao restaurante, existe o empório.)

Entramos e eu estava impaciente, mas meu sonho logo apareceu. Uma maravilhosa costela, corte de janela, mais ou menos 5 ou 6 Kg, e era saborosíssima. Para acompanhá-la pedi uma Paulistania Dunkel, infelizmente não tinha, então optei por uma 1795. Belíssima pilsner tcheca.


A costela estava o absurdo que pensei, por isso não sobrou nada. Eu e meu irmão mandamos as regras de etiqueta “pro espaço” e “roemos” deliciosas ripas gigantescas da costela.

 Acredite, ela acabou, e estávamos em apenas cinco pessoas... Será que tava boa?

Para finalizar um abacaxi na brasa com sorvete de creme.



Um dia que jamais esquecerei. Família é o que vale na vida, o resto, o resto fica pra depois...

Vale lembrar que é necessário reservar a costela com antecedência, um ou dois dias antes, pois o seu preparo é demorado.

Um grande abraço e feliz aniversário a todos os leitores do panela!

Saúde!